quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Cem Sonetos de Amor


por Pablo Neruda

Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para comerçar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.

Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.
Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.

ps.: estou romântica hoje .. rs

Um comentário:

Tyago de Paula Ferreira disse...

Caramba!
Melhor parte..."para recomeçar o infinito"
Que coisa ótima de se ler!
Abração menina!